Mercado de beleza em 2020
O mercado de beleza e bem-estar cresceu cerca de 10% ao ano nos últimos dez anos, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Além disso, estima-se que 1,5% do orçamento das famílias seja destinado a gastos em produtos e serviços do setor.
É cada vez maior o número de salões de beleza e estética, ou produtos destinados aos cuidados pessoais incluídos na cesta de compras das famílias. De acordo com dados levantandos pelo Sebrae, entre 2009 e 2016, o segmento (que inclui corte e tratamento de cabelos, manicure, pedicure, atividades de estética e outros serviços relacionados) recebeu cerca de 645 mil novos MEIs e mais 26 mil MEs e EPPs.
Segundo a Abihpec, o consumidor se transformou nos últimos anos e exige produtos e serviços feitos sob medida para suas necessidades. Segundo uma pesquisa realizada pela agência internacional Mintel, 40% das mulheres americanas que usam maquiagem, entre idades de 25 a 34 anos, dizem estar frustradas porque não encontram produtos que combinam com o tom de pele delas.
A Abihpec, em parceria com o Sebrae, elaborou um caderno de tendências sobre o que vai bombar em 2020 neste mercado, que só tende a crescer. PEGN separou sete tendências para ficar de olho e que podem ajudar pequenos negócios a ganhar muito dinheiro. Confira:
1 – Personalização e diversidade
A categoria de “cabelos” foi a que mais rápido se adaptou a atender às necessidades individuais dos consumidores, de acordo com o estudo.
Como exemplo, eles citam a Salon Line, que identificou o anseio dos consumidores por produtos específicos para cabelos crespos, cacheados e ondulados e criou um extensa linha de cuidados.
Outro exemplo é a marca de cosméticos Negra Rosa, que desenvolveu bases e batons em tonalidades pensadas especificamente para a pele negra e suas nuances.
Em outro exemplo mencionado pelo estudo, a Avon chamou a cantora transexual Candy Mel, a atriz Bruna Linzmeyer, que é ativista LGBT e bissexual assumida, e a funkeira MC Carol para o lançamento de uma máscara para cílios. A Natura, por sua vez, chamou a drag queen Penelopy Jean para protagonizar um vídeo chamado Primeira Vez, que faz parte da campanha #todabelezapodeser.
Além disso, não se pode ignorar que os homens estão mais atentos aos cuidados com a beleza. De acordo com um estudo da Euromonitor, nos últimos cinco anos, as vendas de produtos de cuidados para o público masculino cresceram 70%. O valor saltou de R$ 11,6 bilhões, em 2012, para R$ 19,8 bilhões em 2017. Os itens mais vendidos são para barba, banho e pele.
Pessoas com um número médio de seguidores, mas com alto poder de influência,são a nova geração de influenciadores que as marcas procuram. O estudo indica que muitas grandes companhias já têm trazido os influencers para sua estratégia, com tratamento especial, prioridade para testar produtos ou ofertas de kits de produtos e viagens.
A rede de franquias L’Occitane au Brésil, por exemplo, levou um grupo de microinfluenciadoras até Olinda (PE) para apresentar a linha Olinda de Viver.
3 – Origem natural
O veganismo e vegetarianismo não são tendências apenas nos pratos dos consumidores, mas nos hábitos de consumo em geral. A beleza com foco em ingredientes de origem natural é a nova aposta para clientes que buscam por produtos ecofriendly.
A Abihpec cita a possibilidade de buscar a certificação de institutos internacionais, já que ainda não existe uma normatização oficial nacional, e ter uma comunicação clara e transparente com o consumidor. De acordo com a entidade, essa tem sido a forma adotada pelas marcas para se posicionar bem nesse segmento.
O empreendedor do ramo da beleza e bem-estar precisa ter no radar que o consumidor está envelhecendo – e que quer fazer isso da melhor forma possível. Uma pesquisa recente da Euromonitor International identificou que para 63% dos entrevistados com mais de 60 anos, a hidratação foi o benefício mais desejado para um produto de cuidados para a pele. Um dado interessante é que o antienvelhecimento foi citado por apenas 38% dos entrevistados.
5 – Energia
De acordo com levantamento da Mintel Global New Products Database (GNPD), produtos faciais com indicação para melhorar ou recuperar a energia da pele representaram 12% dos lançamentos globais entre janeiro e outubro de 2015.
No mesmo período, produtos para cabelo que tinham o mesmo apelo subiram de 2,7% para 3,2%. A Abihpec lembra que já existem formulações que estimulam a energia das células, mas que também é possível buscar soluções ainda mais avançadas com pesquisa e tecnologia.
Um exemplo é a japonesa Kanebo, de cuidados com a pele. A empresa criou um produto com tecnologia avançada de carga de energia, que promete potencializar a atividade celular e ajudar na produção de energia da pele.
6 – Sono tranquilo
Neste quesito, a Abihpec e o Sebrae também levaram em conta um estudo da Mintel Global. Na China, os consumidores de produtos de skincare fazem uma ligação direta entre estilo de vida e condição da pele, sendo que 72% deles dizem que querem deixar a aparência da pele mais bonita ao melhorar a qualidade de sono. Dormir bem (74%), exercitar-se (49%) e ter uma dieta balanceada (46%) também é apontado pelos brasileiros como indícios de bem-estar.
7 – Cuidados pessoais (Self Care)
De acordo com um estudo da Nielsen, mesmo durante a crise econômica, uma boa parcela dos latino-americanos buscaram produtos de cuidados para si mesmos. Mais de 30% dos millennials e da Geração X, por exemplo, consomem esse tipo de produto para se sentirem bem, enquanto 50% dos Baby Boomers e da chamada “Geração Silenciosa” (mais de 65 anos) têm tendência a pagar mais por produtos que os façam se sentirem bem.
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